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LIDANDO COM A TRISTEZA
Ysolda Cabral
Praticamente ando ausente da vida virtual e muito esporadicamente tenho publicado algum trabalho novo. Alguns dos meus poucos leitores me observaram este fato e de repente me ocorreu que, após dizer muitos nãos para recepcionar a dona Tristeza, que sempre quer ser recebida com honras de Estado; terminei por dizer sim. Cansei de ser resistente... A resistência é advinda da esperança na fé de que tudo há de mudar e de que tudo termina dando certo.
Aí, a gente espera, espera e protela um monte de coisa. Até para de escrever, de compor, esquece o violão e vai dando pontapé na tristeza, no desânimo e vai levando até que chega o ponto da grande descoberta: você está num beco sem saída...
Então, que a Tristeza entre e faça da minha casa a sua casa. Não lhe direi mais NÃO! Que entre e fique à vontade para fazer o que quiser. Contudo, não me verá chorar e nem lhe pedir para ir embora. E tem mais: se eu quiser dormir, ela não há de me tirar o sono, e nem a vontade de comer. Assim aprenderá a não chegar sem ser convidada e a não ser tão insistente.
A Tristeza é antipática, inconveniente, deixa você ainda mais cansada, ou cansado. - Cansaço não é coisa só de mulher, ou de quem já viveu muito! - Ou, ainda, de quem ainda não viveu nada. Cansaço é cansaço e ponto. Todo mundo se sente assim em algum momento.
A mediocridade cansa. A falta de humanidade, de compreensão, de possibilidades também cansam. E de cansaço em cansaço, vou descansando no ocaso do inesperado, e me acomodando ao caos que se espalha feito uma peste poderosa.
De agora em diante vou aprender a calar, a sorrir que nem boba da corte e, quanto a dona Tristeza; que fique o tempo que quiser. - Não estou nem aí!
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Praia de Candeias (PE)
05.04.2018
Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade sem pudor.
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