CADÊ A MINHA ALEGRIA?
Ysolda Cabral
Aqui, eu comigo mesma. Gosto disso, mesmo admitindo existir
um pouco de tristeza nesse meu gostar. Contudo, isso não me assusta. Quero
dizer que, a bem da verdade, assusta, mas só um pouquinho.
Neste ponto paro, olho para as minhas mãos e as
vejo envelhecidas, cansadas e meio tortas. Que bobagem! Elas ainda servem e
servem muito. Lavam, passam, digitam...Pensamentos meus.
Porque será que os pensamentos meus sempre me levam para
longe? Tento trazê-los para perto e não consigo. Por vezes sinto que posso me
perder no caminho de volta. Nossa, que pensamento ruim! Dele me afasto, tenho muito ainda por fazer.
Vou prosseguir e desta feita consciente de mim, prendendo-me
a realidade da forma que ela se apresentar e não irei mais fantasiar. Até
porque não caem bem fantasias numa mulher de meia idade.
Sinto arrepios, sinto frio, sinto medo... Elevo o pensamento
para o Alto e nada muda! Nada acontece. Deve ser a menor pausa.
Há algo
errado, muito errado comigo. Olho-me no espelho. Vejo algumas rugas, a pele um pouco
flácida...Ainda sou a mesma!
Reconheço-me.
Mas, cadê a minha alegria?