quarta-feira, 30 de setembro de 2015

CHUVA E SOL?



CHUVA E SOL?

Ysolda Cabral


Hoje estou em completa harmonia com o dia:

chorando e sorrindo de tristeza e alegria.

E, entre a euforia e a intensa melancolia,

me sinto tão estupidamente cansada!


Há algo em mim que,

ao invés de me fazer viver,

aos poucos me mata.

– Seria a Vida dada à pirraça?...

''Chuva e Sol''...

Casamento da raposa com o rouxinol,

dizia minha bisa Mamana.

– Que lembrança!


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Espinheiro-PE
30.09.2015
Setembro termina numa
4a. Feira 


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terça-feira, 29 de setembro de 2015

HOJE EU VI!...





HOJE EU VI!...
Ysolda Cabral 



Hoje eu vi!...
Vi o dia amanhecer como eu nunca vi.
Vi a cor do Mar tão azul e cristalina
que mais parecia Céu,
na luz do Sol marinho.

Hoje eu vi!...
Vi pássaros e vi até pássaros de aço,
voando com destino ignorado!
Vi pais e mães levando seus filhos para escola,
um tanto quanto preocupados...

Vi pessoas apressadas,
indo ao encontro de algo muito desejado,
fugindo do vazio do nada, talvez...

Hoje eu vi!...
Vi casais de enamorados,
a caminharem, de mãos dadas, 
pelas calçadas... Tão apaixonados!

Vi crianças na praia,
tomando banho de sol,
construindo castelos de areia,
usando pequenas pás
e pequenos baldes, multicoloridos.
- Que lindos!

Vi vendedores de frutas, de óculos,
de protetores solares...
Alguns cantavam, outros assobiavam.
Todos alegres, no pra lá e pra cá,
à beira do Mar, da manhã clara. 

Ah, hoje eu vi!... 
- Eu me vi! 

Me vi no espelho do chão de minha casa
e constatei o quanto sou forte e disposta...
Sorri para o espelho na parede,
que me sorria satisfeito,
como se dissesse: '' Que glória! ''

Hoje eu vi!...
Eu vi amigos, amigas...
vi tanta gente querida, bonita!
Vi tudo que há muito tempo eu não via...
É que sem ver, eu só via você.

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Praia de Candeias-PE
Em 29.09.2015
Apenas Poesia

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UM NOVO AMANHECER




UM NOVO AMANHECER 
Ysolda Cabral



Nas últimas setenta e duas horas vivi os melhores e piores sentimentos que um ser humano pode viver. Até o medo da morte eu teria sentido se tivesse tido tempo. Logo na sexta-feira, quase fui arrastada por um coletivo, por falta de atenção e responsabilidade do motorista que, deu partida no veículo e fechou a porta, comigo ainda no interior do ônibus. Felizmente os passageiros gritaram e aqui estou, ainda com dores nas pernas e nos braços, pelo esforço de me segurar, e andar com o veículo alguns poucos metros, é verdade, mas estou aqui! E foi assim que começou o final de semana que jamais esquecerei.

Não sei se pelo episódio do ônibus, ou se pelo eclipse lunar, mas o fato é que me sinto diferente daquela que fui até a última 5ª. Feira. Se não morri arrastada pelo ônibus, como tantos já morreram, é porque eu precisava ficar mais um tempo por aqui, para aproveitá-lo de maneira diferente, porém sem mais sonhar sonhos de juventude. O tempo passou e ele me pesa. Se não pesasse eu não teria corrido o risco que corri de maneira tão estúpida, numa sexta-feira que nem treze era; o motorista estaria ligado em mim.

Mas, graça a Deus, lá fora, um novo dia, segunda-feira, começa a clarear, às 04:30h, e já escuto o canto dos pássaros, que continuo achar lindo, tão lindo e puro quanto um novo amanhecer. Só não é mais lindo e mais puro, que a alma da minha filha Yauanna, - na tela artística, de efeitos virtuais, assinada por ela, - em homenagem a Primavera, ilustrando e valorizando esta crônica, do meu novo amanhecer, onde a consciência de que, acompanhar '' O Andar do Tempo'' é impossível. 

- Bom dia! 

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Praia de Candeias-PE
Em 28/09/2015
Encerrando Setembro/2015

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sábado, 26 de setembro de 2015

ÚLTIMO SONHO




ÚLTIMO SONHO
Firmino Cabral Filho



Melhor seria que eu soubesse a hora
de retirar-me deste velho mundo,
e aguardar segundo por segundo
o tempo exato para dar o fora.

O que me punge mais e me devora
é esse tal segredo tão profundo;
tenho até medo de ficar jucundo,
pois a visão da morte me apavora.

Se eu soubesse o dia, a data exata,
marcando então meu triste desenlace,
alargaria os flancos do meu peito;

e após gozar acórdes de sonata,
fitando em suma a morte face a face,
eu morreria alegre e satisfeito.


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Publicação em homenagem ao meu avô paterno, Firmino Cabral Filho. (Foto acima). Poeta nato, homem integro, de caráter ilibado. Uma das maiores inteligências que conheci. Meu avô foi exemplo de pureza, verdade e retidão. Um homem de honra. - Como ele me faz falta!


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Praia de Candeias-PE
Em 26.09.2015

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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

VINÍCIUS E O SEU COLAR DE CONTAS




VINÍCIUS E O SEU COLAR DE CONTAS

Ysolda Cabral



As coisas não andavam nada boas para Vinicius. Mais não andavam boas mesmo! Também, quem mandou ir conhecer a Bahia de Todos os Santos, logo no feriado de sete de setembro!

Namorada nova e coisa e tal... Mal chega à cidade de São Salvador, uma cigana lhe aborda, digo, uma baiana. Ou seria uma cigana baiana? Ou, ainda, uma baiana cigana? - Ah, sei não!... Que confusão!

O que sei é que ele retornou com um colar de contas, verde e branco, pendurado no pescoço, para sua proteção. Mas sem patuá! Contudo, disse não ter desembolsado um só tostão! Talvez, pelos seus belos olhos azuis de encantar, a profetisa tenha desistido de lhe cobrar alguma coisa - quem vai saber?

O que ela lhe disse, ninguém sabe. Ele jura, de pés juntos, que a adivinhante não falou nada, a não ser que usasse o colar, para sempre. Assim, estaria livre de todos os infortúnios que a vida cismasse lhe proporcionar.

Ao retornar da linda Salvador, santificado e protegido pelo Senhor do Bom Fim, deslumbrado com o Pelourinho, com a Lagoa do Abaeté, e energizado pelo Mar de Itapoã; tendo passado longe dos abadás do Carlinhos Brown, da Ivete Sangalo e companhia limitada, mas se esbaldado no afoxé, do cantor poeta, Saulo, baiano de coração, aqui chegou um touro ,de tão fortalecido, com a sua bela namorada a tira-colo.

Tudo ia muito bem até que as coisas começaram a ficar meio esquisitas...

- Ô Vinícius! - alguém chamou. Ele escutou, nitidamente. Correu para a porta para ver quem lhe chamara: não havia ninguém! Ele se arrepiou dos pés à cabeça. Com certeza, era a morte! Sua avó sempre dizia que quando isso acontecia era ela, a ''maledita'', querendo levar a pessoa, a qualquer custo. Porém, se não fosse atendida, iria bater em outra porta. Benzeu-se, mais que depressa, e, agarrando o colar com toda força e fé, rezou para que ela se escafedesse dali, o mais depressa possível.

Tudo parecia normal, apaziguado, com seu "dia D" adiado, e já respirava aliviado quando alguém, ao lhe flagrar roendo as unhas, lhe disse estar cheio de lombrigas. – Que maldade!

Vinícius já começava a desconfiar que o colar da baiana cigana, ou da cigana baiana, na verdade era pra ferrar com a sua vida.

Pensando em voltar à Bahia, com o intuito de acertar as contas com a dita cuja, tirou a carteira do bolso e quase chorou ao ver o seu parco numerário, que se restringia a poucas moedas. O choro lhe veio aos belos olhos e ele só não chorou porque lembrou que o final do mês estava próximo, ocasião em que sairia da penúria.

Respirando sossego, levantou a cabeça e sorriu satisfeito, acariciando o benfazejo colar, quando deu de cara com o chefe do setor de pessoal da empresa onde presta serviços, informando que os salários, por motivos técnicos, não iriam sair no final do mês, como de costume.

Foi a gota d’agua!

Vinicius se levantou, vermelho de raiva, pegou o colar e o rompeu com tanta raiva que voou contas para todos dos lados!

Juro que não é conto, é a mais pura verdade, que invento neste instante.

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Praia de Candeias-PE
Em 25.09.2015
6ª.Feira

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ELE É! ( PROSA POÉTICA)




ELE É!
Ysolda Cabral



Cresci... Hoje me olho no espelho e me vejo muito diferente daquela que um dia fui. Entretanto, cá dentro de mim, claro que não me sinto menina! Sinto-me recém-nascida. Isso acontece todo santo dia, ao me perceber tão despreparada para a vida, sem nada dela entender.

E choro, e logo sorrio... A cada segundo descubro algo novo que se repete, e aprendo um pouco mais. E, de pouquinho em pouquinho, me sinto com coragem para dar os primeiros passos. Ando e paro, com receio de cair, talvez... Mas, sigo em frente levando tombos, alguns fenomenais! Contudo, me levanto e continuo o ir e vir.

Nesse círculo diário, no hiato entre a consciência, a inconsciência e o impiedoso Tempo, começo e recomeço - há anos, ou há séculos...

Apesar de tudo isso, continuo do mesmo jeitinho que sou. Não por querência! Talvez, por destino. Sei lá!... - Ando tão dada a devaneios!

De repente, uma sensação boa me invade. Chamo saudade de você. E aí você aparece, ou reaparece, e eu me esqueço do propósito de não mais lhe ser festejos, e lhe faço a maior festa, cujo prato principal é a poesia, servido com carinho e requinte. E ele me inspira e me alimenta de beleza e muita Vida!

O amor é assim, agora sei! Ele, simplesmente, não se explica.

- Ele é!

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Praia de Candeias-PE
Apenas Poesia
Em 24.09.2015


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Indicação de leitura:

E-livros: FLORES DO RECANTO 4
P/ Miguel Carqueija

Código do texto: T5393217 
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APENAS UM PENSAMENTO


APENAS UM PENSAMENTO
Ysolda Cabral 


Há perguntas que não devem ser formuladas, há respostas que não devem ser proferidas, há situações que são inexplicáveis e há o inexplicável que se explica para que não haja desencanto nos grandes e nobres sentimentos.

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Código do texto: T5391475 
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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

DESDITA ILUSÃO!




DESDITA ILUSÃO! 
Ysolda Cabral



Um hiato!...
Um hiato de fato.

Uma lacuna,
que se aventura como escuna,
a navegar no mar da imensidão,
guiando-se pelas estrelas do céu,
da boca do primeiro beijo...

Timoneira sem revel;
desvalida, no primo êxtase?...
Ah, condição enganosa, impostora!
Sem perdão! 

Tanto amor e tanta emoção,
fadados ao naufrágio
no vazio do nada?!...

Desdita ilusão!
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Praia de Candeias-PE.
Navegando Poesia
21.09.2015 

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domingo, 20 de setembro de 2015

CANÇÃO EM TOM MAIOR




CANÇÃO EM TOM MAIOR
Ysolda Cabral


Minha alma vibra,
Meu coração não dribla.
E, assim, repleta de amor,
Continuo pela vida.

Até o meu amado,
Aquele que inventei,
Usando você de protótipo,
Sorri e mexe comigo.

Me faz um carinho,
Diz o quanto estou bonita...
É que hoje sou poesia,
Disposição e alegria!

E, sob lindos raios de sol,
Componho esta canção,
Em tom maior, ao entardecer
de mais um belo dia...

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Praia de Candeias-PE.
20.09.2015
Apenas Ysolda 



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sábado, 19 de setembro de 2015

HORA DA AVE-MARIA



HORA DA AVE-MARIA
Ysolda Cabral



A música faz companhia,
na hora da Ave Maria.
Agradeço por nós, perco a voz.
Sinto-me sozinha.
Hoje isso dói!

Ah, esse Mar que avisto!
Onde andará o meu amor?
Saberá como me sinto?
Por que divago quando rezo?
Cadê minha oração, meu verso?

Ave-Maria!
Perdi-me de mim...
Pecadora confesso:
Sou o que resto...
Sem poesia e sem rima,
sou amor e espera.

Ave-Maria!
Rogando perdão pela oração,
me despeço confiando que a noite,
não seja escura e nem fria,
que ela me traga de volta a alegria
nessa hora da Ave-Maria.

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Praia de Candeias-PE
Em reedição de sábado à noite
19.09.2015
Apenas Ysolda

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SÁBADO AO SOM DE ETTA JAMES




SÁBADO AO SOM DE ETTA JAMES
Ysolda Cabral



Comecei o meu final de semana bem, muito bem obrigada! Ontem à noite, já me vi no meio da multidão, jovem e bonita do Rock in Rio. - Senti-me uma menina e adormeci ao som de guitarras, em canções de ninar, que um dia ainda irão compor, tenho certeza! 

Acordei, com os passarinhos e permaneci na cama, em devaneios de quem sabe, o dia de hoje, ser o mais mágico da semana, e não convir pensar em nada, que não seja de muito prazeroso. - Ainda mais se considerarmos o mês em curso!..

- Praia? Ainda não. As águas estão meio turvas e frias.
- Caminhar? Não, não! Estou cansada da semana exaustiva, apesar de muito proveitosa.
- Ir ao supermercado? À minha Caruaru, querida? Não! Estou com muita preguiça... Mas, permanecer na cama, não dá! Já, já estarei com dores nas costas.
- Ah, vou levantar! Afinal o dia amanheceu lindo e não pode ser desperdiçado dormindo.

Pulo da cama e corro para sala reservada para leitura, música, TV... Faço minha escolha: canal 120 (Bis). A tela se enche da bela imagem de Etta James e a sua voz se espalha por toda a casa, lhe dando alegria e muita vida.

No show, um dos mais perfeitos e completos de sua carreira, ela consegue nos transportar para o sublime da sua música e, de repente, me vejo a cantar, dançar e chorar ao compasso de sua emoção, de alguns momentos de sua história, contada nas suas composições. 

No decorrer de mais de uma hora de blues maravilhosos e, apesar da obesidade, do seu suor, que a toalha não consegue secar, Etta James, se move pelo palco com uma leveza que encanta, enternece e me emociona profundamente.

- Ela é só voz sublimada, purificada em cada canção que canta.

Lembrei do Tim e da Cássia... Pensei que, talvez, apenas talvez, eles estejam estrelas no Céu, próximas uma da outra, e hoje quem sabe não haverá um grandioso show por lá?...

- Afinal, hoje é sábado!...

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Praia de Candeias-PE
Em maré de blues
19.09.2015

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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

ENTARDECER AZUL




ENTARDECER AZUL 
Ysolda Cabral



O Entardecer azul, emoldurado,
pela minha janela,
é pintura especialmente bela!...
A beleza é tanta que entontece.
Até trazer boas novas, promete!
Sem teatro, cinema, sem novela!

É algo fenomenal que me faz vibrar,
independente de minha vontade.
Algo que me torna indiferente à dor da saudade.
Convida-me para viver Vida de verdade,
e comemorar, sem champanhe,
para não me embriagar.

Num Entardecer azul assim,
que meu todo se veste de ternura e de alegria,
tornando-me canção, flor e poesia,
banho-me no mar de amor que há em mim,
curando-me da espera vã e da sua cruel tirania.

Ah, o Entardecer azul, visto da minha janela!...
Eternizado pelas lentes sutis de minha filha Yauanna,
é algo indescritivelmente belo!...
Belo assim, que nem ela! Sou dela!

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Praia de Candeias-PE
Num Entardecer Azul
18.09.2015 


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VESTES DO TEMPO








VESTES DO TEMPO
Ysolda Cabral 



Vestida de passado, de presente e com o molde pronto para o futuro, olho para mim, refletida no espelho do meu pensamento, e me escuto falar as mesmas falas do Tempo que, ao passar por mim, se não falou, se deixou registrar em profundas e intensas marcas... Talvez por precaução de quem sabe um dia ter que voltar, com a consciência de não convir percorrer os mesmos caminhos.

Deduzo que, o esquecimento de tão significativas marcas, faz delas sem sentido, sem fundamento coerente e plausível, derrubando a minha reflexão de quinta, me levando, instantaneamente, ao devaneio de quem vê o lindo dia, que já começa a cair lá fora, e não pode ir ao seu encontro.

- Contudo, apenas por enquanto!

Amanhã é sexta-feira e tudo poderá acontecer, se ainda estiver aqui.

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Praia de Candeias- PE
Sob Raios de Sol que já se recolhem
Em 17.09.2015 – 5ª. Feira


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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

RICOS BANCOS DAS IGREJAS



RICOS BANCOS DAS IGREJAS
Ysolda Cabral



Perguntam-me no que estou pensando e eu perscruto o meu pensamento e só me ocorre, neste momento, a consciência de ser hoje, novamente, domingo. E, como o domingo me instiga a refletir sobre ele, mesmo quando amanhece lindo e em paz como amanheceu hoje!

Então, penso no tanto de gente que, neste momento, está nos BANCOS das Igrejas, depositando os seus pecados, cônscia de que depositará mais no próximo domingo...

Supondo que, APENAS SUPONDO; se pecado fosse grana, claro que as Igrejas estariam, a cada semana, ainda mais ricas e poderosas. - Então, será que, com toda essa riqueza, crescente a cada oito dias, haveria possibilidade de paz, e acabaria a fome, de alimento e de amor, que existe mundo afora?... - Será?...

Mesmo assim, não encontro justificativa pra gente se repetir nos mesmos pecados... O bom seria confessar, se arrepender e não mais pecar, ou, quem sabe, pecar outros, de menor monta, talvez?... - Sei não!...

Não fui à Igreja, aliás, há muito tempo não vou. Gosto de fazer considerações, reflexões, SOBRE OS MEUS MANDOS E DESMANDOS, junto ao Mar, escutando, de suas Ondas, respostas que me preenchem de energia boa e intenção de me tornar um ser humano melhor. Não vou ao Mar depositar e nem, muito menos, descontar os meus lixos! Cometeria sacrilégio e não me sentiria, jamais, digna de perdão!...

Diante de tais pensamentos, somente meus, decido que, qualquer dia de domingo irei à Igreja fazer um grande depósito de respeitáveis pecados - Quem sabe não será de alguma utilidade?...

- Eu e as minhas reflexões bobas, próprias de mim e de um dia que, decididamente não gosto.

Um beijo, para você que perde tempo em me ler, porém esteja certo que, o beijo com amor puro e fraterno, pois jamais o beijaria como Judas beijou Jesus, ou como uma messalina.

- Até outra hora! Se Deus ainda me permitir. 


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Praia de Candeias-PE
Em 13.09.2015



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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

DE NEGRO TARADO A NETO




DE NEGRO TARADO A NETO
Ysolda Cabral



Alexandre, negro de sorriso franco e bonito, orgulhoso da cor da sua pele, gozava o seu primeiro dia de merecidas férias. A praia de Boa Viagem estava linda e convidativa, mas o meu amigo e colega de trabalho, não se arriscava ao mergulho, por mais que suas ondas, sedutoras, lhe tentassem. - O tempo ainda estava frio.

Contentando-se em ficar no calçadão, aproveitava para apreciar a bela vista, e o desfilar de bumbuns, nus e sarados, das moças loiras e casadoiras que, caminhavam para lá e para cá, arriscando-lhe olhares de soslaio. Contudo, Alexandre, é casado e sabe que não pode nem pensar na possibilidade de uma ''diversãozinha'''. – A esposa é cem por cento ''diligente'' e o tempo todo, sem canseira, isso desde que se conheceram. - Ele que se atreva a não respeitar os votos matrimoniais, brava do jeito que ela é!...

De repente, não mais que de repente, no meio daquilo tudo, uma exceção se faz, requerendo uma atitude imediata do meu amigo que, sem pestanejar, se lança calçada adiante, agarrando pela cintura, uma senhora de 85 anos, aproximadamente. A segura firme e fortemente, junto ao seu corpo, e não larga de jeito algum!

Ela grita, esperneia e o xinga de negro tarado, sem-vergonha, filho dessa e filho daquela. Os caminhantes banhistas, ou não; as moçoilas de bumbuns de fora, todos muito assustados, param para saber o que estava acontecendo e a razão de tanta gritaria e xingamento. Até que a luz se faz: do outro lado da avenida, um cachorrinho sorrindo, rabos alegres e repetidos, da travessura de se soltar da coleira e correr, entre os carros, em movimento, para o outro lado da avenida, se exibia inocente do risco que correra e o risco de sua dona, se não fosse pelo ''negro tarado''.

A velha senhora, liberada dos braços salvadores, entendendo que lhes devia a sua vida, abraçou e beijou o meu amigo, lhe chamando de ''meu neto'' e lhe convidando para ir até sua residência tomar uma água, um café...

Não sei se Alexandre aceitou o convite e a adoção tão repentina e imediata...

Perdi-me do rumo de sua prosa, ao conjecturar o que os familiares de sua ''terceira avó'', se iguais a ela, iriam achar do novo membro da família.

- Não sei se sou muito realista ou desconfiada mesmo... 


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Recife-PE
5a. Feira
Em 10.09.2015

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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A CORUJA AZUL





Exibindo


A CORUJA AZUL
Ysolda Cabral



Apenas duzentas e cinquenta no mundo há.
Parecendo mais uma pintura,
ou artesanato do Porto das Filipinas,
ela é mesmo uma Coruja de verdade,
porém de todas, com certeza, é a mais linda!

Por ela me apaixonei também...
Quis tê-la para mim, como companheira,
pensando numa triste tarde domingueira.
Mas, entendendo ela não ser de ninguém,
melhor que fique com a Mãe Natureza.


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Do Mundo Azul
Para o Recanto das Letras.
​09.09.2015


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NUVEM ESCURA EM PLENO SETEMBRO


NUVEM ESCURA EM PLENO SETEMBRO
Ysolda Cabral



Na linha do horizonte, bem à minha frente, há uma nuvem escura, pesada…. – Em pleno setembro?

Há um clima meio frio, esquisito e as garças, que vejo à minha esquerda, pousadas no mangue, ou na lama do rio seco, não se mechem…. – Será que estão mortas, ou se protegem da sujeira? Deus queira que não comam nada! Vai que morrem como os pinguins argentinos, quando mal chegam no Rio Grande? – Verdadeira mortandade. – Nossa, que tristeza! Que calamidade!

Olho o relógio, no meu braço, e o vejo parado, tal qual a minha pulsação neste momento. – Será que estou morta?

Quanto ao Mar…. Não sei! – Hoje esqueci de olhar, quando acordei sem o canto dos pássaros….

O que será que aconteceu? Ontem o dia foi tão lindo, tão claro, tão azul, tão dourado!….

Para onde foram as cores? E as flores, das acácias por onde passei, alguém viu? Olhei para o chão, a procura de algum rastro, alguma folha, uma flor caída…. – Nada vi! (As mulheres garis – mães pobres, sofredoras, que não existem no Parnaso –, já passaram…. ) - Será que as levaram? – Tomara!...

No retrovisor, apenas um olhar: o meu a olhar para o nada. 

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Ponte do Cabanga
Recife-PE
3a.feira – 08.09.2015
Às 06:00h 


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Obs. Às 08:35h o dia clareou! 

Código do texto: T5374575 
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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

UM POUCO DE MIM




UM POUCO DE MIM
Ysolda Cabral 


Não sou vaidosa...
Nem gosto de ostentação!
Sou matuta nata e orgulhosa.
Gosto de botar os pés no chão.

Apesar de ter alma poesia,
que dita às coisas que escrevo,
sou mais tristeza que alegria...
E muitas vezes tenho medo.

Gosto de gente simples e verdadeira,
que gosta de conversar à mesa ,
durante toda a refeição, até a sobremesa,
mesmo que a conversa seja só besteira.

Tocar um violão, em noite de lua cheia, 
é extremamente importante!...
Faz bem a alma para seguir adiante.
E é bom sentir o sangue pulsar nas veias!

Ah, mas quando me sinto enamorada ,
me acho tão bonita e tão cativante!
Contudo, poucas vezes me senti assim...
É que, de vera, nunca ninguém gostou de mim!

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Praia de Candeias-PE
Em divagações de feriado
07.09.2015

AO SOPRO DO VENTO






AO SOPRO DO VENTO
Ysolda Cabral


Nada mais espero,
nada mais sonho ou quero.
Nada mais pretendo...
A não ser ficar silente e quieta,
numa tarde de domingo que não ligo.

Nada mais testo,
nada mais atesto.
Nada mais contesto!
Nada do nada é o que me resta.
Sei que sou controversa!...

É que sempre me reinvento,
a cada momento!...
E, como barco a vela,
sigo para onde sopra o Vento.
Hoje ele sabe para onde me leva.

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Praia de Candeias-PE
Em 06.09.2015

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sábado, 5 de setembro de 2015

REPENSANDO UM PENSAMENTO...


Penso o já pensado tantas vezes! ...



Solidão e Silêncio - Para alguns a solidão dói mais quando misturada a multidão. É como o silêncio que, junto ao burburinho dos enamorados, se torna insuportável. Corta a esperança, a calma, a aceitação se esvai, a pessoa se sente um nada absoluto e a única coisa que lhe faz companhia é a tristeza. Já para outros a solidão é companhia boa. Proporciona calma, muita calma, muito sossego... O equilíbrio acontece sem esforço e nenhum aborrecimento alucina, tira dos eixos, ou faz perder as rédeas de suas ações. Associada ao silêncio, é perfeita para aqueles que possuem sensibilidade aguçada, que curtem a Natureza, as coisas da alma e do coração como; escritores, poetas, pintores, escultores, compositores, filósofos... Solidão e Silêncio, o mais perfeito dos casais. 


Praia de Candeias-PE
Em 02.09.2015

Código do texto: T5368262 
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terça-feira, 1 de setembro de 2015

AH, SEI NÃO!...



AH, SEI NÃO!...
Ysolda Cabral


Sei não!...
Você me faz falta,
essa falta como me assalta!
Deixa-me tão triste e tão infeliz!...

Ah, sei não!...
Tentar, até tento não pensar em você,
e nem na minha solidão,
mas minha mente não consente,
triviais e risíveis divagações!...

Sei não!...
Melhor seria neste item perder o registro,
para não mais sofrer decepção.
Porém, há em mim, tanto amor,
e tanta emoção!...

Ah, Sei não!

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Praia de Candeias-PE
Em desafio para compor sem uma vogal
Escolhi a vogal "U’"
01/09/2015

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