terça-feira, 27 de novembro de 2018

SOB A INFLUÊNCIA DO IPÊ



Foto ilustração: Ysolda 


SOB A INFLUÊNCIA DO IPÊ
Ysolda Cabral 



Como é fácil me perder nos acordes de um blues, também ao me deparar com um Ipê florido, aí fico estática, apaixonada, em verdadeiro estado de graça... Ah! E quando me deparo com um pássaro bonito, com o seu canto; ou, com os primeiros passos de uma criança... E quando me deparo com o belo sorriso de minha filha?... Chego a ficar irresponsável, pois esqueço o que tenho que fazer, aonde ir e tudo me parece poder ficar para depois. Infelizmente, como isso não pode acontecer sigo o meu caminho, mas levo comigo, bem dentro de mim, a beleza desses momentos, - o que vi, senti, escutei, vivi... Minha alma renovada, ainda mais leve flutua dentro de mim e se sair, sei que o ''voo'' será para um lugar perfeito. Claro que alguma pontada de tristeza e de saudade me acompanham. Não seria normal se não fosse assim... E lá vou eu, sem olhar para trás. Não preciso! O que gostaria de olhar, viver, outra vez, seguem na minha mente e se ela me faltar... Ah! Não importa. Já valeu!

Quero viver o agora e o agora é lindo. Sinto-me viva, feliz, saúde quase que perfeita e por tudo isso dou Graças. O dia está suave e é sexta-feira. - O que mais posso querer?


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Tem filha mais linda? 

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Espinheiro - Recife-PE
23.11.2018
Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade sem pudor.

Código do texto: T6509987 
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NUANCES DA SOLIDÃO





NUANCES DA SOLIDÃO
Ysolda Cabral



Permita-me falar bobagens.
- Permito-me!
Desopilo, dou risada...
Sou tão engraçada!...
Se falo verdades ou mentiras...
- Quem liga?...
Só eu me escuto!
Acho tão genial e bonito!

Dando voltas no meu Mundo,
por vezes me confundo...
Viro do avesso e assumo
que sumo no sem rumo
e me perco num vácuo
profundo que aprofundo,
mas, sempre há o reencontro.

Sou Sol, Sou terna Lua...
Sou Mar, sou Rio, sou Lago...
Da lágrima de uma Nuvem,
sou um fiapo de Chuva...
Sou o zunir do Vento afoito...
Sou como um Pirilampo,
ou Beija-flor de bico torto
perdido numa Terra estranha.

Não! Não se assuste.
- Não me assusto!
São apenas nuances da Solidão
que teima em me acompanhar,
em horas tolas e desperdiçadas, 
que passo, passo a passo, por aqui
ou, a passos rápidos!...

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Praia de Candeias – PE
Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade sem pudor.

* Imagem do Google que gosto muito e
a tenho utilizado em alguns textos, há varios anos.


Código do texto: T6508983 
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ETERNIZANDO UM MOMENTO


YAUANNA - FOTO YSOLDA 



ETERNIZANDO UM MOMENTO
Ysolda Cabral 



Amanheceu nublado e mesmo assim lindo, lindo. Saímos de casa, eu e a minha filha, por volta das seis e pouquinho. De repente o Céu desabou sobre nós e a Chuva veio forte fazendo o Dia anoitecer. Faróis acesos e atenção redobrada na rodovia, mesmo assim, arrisquei um olhar de soslaio para o Mar... Ele, com cara de poucos amigos, fechado com o Tempo, fingiu me ignorar. Sorri, apenas sorri e segui respirando o doce aroma que vinha da Terra molhada de Chuva. Em paz, pensei onde estaria Deus... - Estaria Ele no Céu, ou no Mar? E, de dentro do meu coração, escutei uma Voz a me dizer: Estou em todo lugar bem aqui no seu coração. O Dia clareou e o Mar me sorriu em ondas plácidas, enquanto o Vento, gentilmente, penteava os cabelos da minha filha para que eu pudesse eternizar o momento da mais pura beleza e amor, através de uma fotografia.

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Marco Zero
Recife,16.10.18
Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade sem pudor. 

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BATIZANDO O DIA



IMAGEM GOOGLE 



BATIZANDO O DIA
Ysolda Cabral



Quando a Poesia me abandona me sinto só, extremamente só. Não sei como isso acontece. Mesmo sabendo que ela circula por perto em algum lugar a me espreitar, desafiar, desatinar... Talvez faça isso para saber como eu consigo viver sem ela. E o vazio se faz de forma tão intensa, tão intensa que o Mar não passa de plano de fundo na minha janela; o Sol, se torna um holofote poderoso no meio de um estádio fantasma, em desuso, e quanto a Lua, tadinha dela, tão linda na imensidão do Céu a me lembrar uma velha alcoviteira, cansada da luta a perambular trôpega, a mercê de jovens e caprichosas nuvens.

Ah! E quando amanhece, o canto dos passarinhos eu não escuto como o mais belo Concerto Matinal e sim como quem escuta o ''cuco'' inconveniente de um antigo relógio, pendurado numa parede de galhos, molhada pela noite fria, pois orvalho não existe nem quando choro com dó de mim.
Quando a Poesia me abandona a solidão é tanta que perco o sorriso e a Vida se torna um fardo tão pesado, tão pesado que não há reza, com ramo de arruda e água benta, que dê jeito. - Como dói um abandono desses e sem nenhuma explicação!

Mas, de repente,''não mais que de repente'', ela volta sorrindo para mim, através do sorriso inocente e belo da minha filha, como se nunca tivesse ido embora. Então volto a me encantar com o Coral dos Passarinhos, toda orgulhosa de ver o Mar deixar de ser espelho da majestosa e vaidosa Lua para receber, todo feliz, os Raios de Sol, da Aurora que, acalenta o Dia recém-nascido, que não chora, apenas boceja preguiçoso... - O batizo de Soneto.


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Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade sem pudor. 

Código do texto: T6468919 
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DIA SEDUTOR





DIA SEDUTOR
Ysolda Cabral



O Dia com sua beleza e sedução,
sem querer, me envolve e arrebata.
Percorrendo um mundo de intenção,
deixo-me levar de maneira pacata...

Com a cumplicidade de uma canção,
tocada pelo Vento, sou pura cascata
a cair em Rio de turbulenta emoção,
deixando que a saudade me bata...

Um Dia assim tão inconsequente,
que não teme nem a Noite chegar,
melhor esquecê-lo definitivamente.

Preciso o meu coração sossegar,
não dar trela para Dia frio ou quente.
Sei que novos Tempos hão de chegar.


(Apenas Ysolda)

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