quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A FORÇA QUE HÁ EM NÓS ( PENSAMENTO)


A FORÇA QUE HÁ EM NÓS
Ysolda Cabral 



A desilusão, o desencanto, a frustração ronda todos nós em variados momentos no decorrer de nossas vidas. Alguns momentos são muito intensos, nos dando a sensação de estarmos perdidos no mais cruel, injusto e inexplicável pesadelo. De repente, do nada, emergimos! Emergimos renovados e, quase felizes, percebemos toda a força que há em nós. Atribuir isso a orações, promessas, análises psicoterapêuticas, medicamentos, livros de Auto-Ajuda? Que nada! O mérito é o amor que sentimos pela vida. E, mesmo uma vidinha mais ou menos, tem o poder de mostrar o quanto somos privilegiados por tê-la. Pensamento que me faz reeditar um texto que publiquei certa ocasião aqui e em um dos blogs ‘’APENAS YSOLDA’’.


FORÇA ESTRANHA
Ysolda Cabral


Quando a força lhe faltar,
Não se preocupe e nem se amedronte,
Pois a reserva interior é tão grande,
Que, dependendo da circunstância,
Vem à tona inteira e com tanta ânsia em ajudá-lo
Que se lança de dentro para fora a envolvê-lo
Num abraço protetor, autêntico e forte...

Mesmo que muitas vezes seja precipitada,
Equivocada... Destemperada... Alucinada...
Nada a impede de acontecer.
E, sem se incomodar,
Se com tanto, irá machucá-lo,
Ao invés de ajudá-lo,
Vem, contudo, pra fora de você,
Disposta até a guerrear.

Às vezes até se reprime,
Só por um instante...
E, quando sem ação, ficamos,
Surpreendemo-nos com sua determinação estranha...
E deixamo-nos envolver anestesiados e tontos...

Nem percebemos o estrago,
Que muitas vezes faz acontecer...
Ponderar não é a solução,
Vez que ela se jogará,
De volta pra dentro de você.
O que fazer?
Entender o quanto poderosa ela pode ser.

**********

Praia de Candeias -PE
Em momento de conscientização
25.09.2014 - 5a. Feira

**********

Texto com fundo musical, através do site:



**********

Publicado no Recanto das Letras 
Em 25/09/2014
Código do texto: T4975494 
Classificação de conteúdo: seguro

terça-feira, 23 de setembro de 2014

PRATICANDO O DESAPEGO - ( CRÔNICA)


À  pequena e linda Júlia Queiroz



PRATICANDO O DESAPEGO
Ysolda Cabral



O mundo está, realmente, de ponta cabeça! E para quem não se adaptar aos novos tempos, o penar será enorme, incômodo e insustentável...

Minha amiga e colega de trabalho, Rose, agora Rapunzel - pense no aplique que ela colocou! -, quando chega, o que primeiro entra na sala é seu rosto de menina sapeca; logo em seguida, vem o resto. Vale ressaltar que o resto, ou ''retaguarda'', está demorando mais a passar pela porta do que de costume, devido ao aplique ou ''mega hair'' que ela adotou recentemente. Parece mais a calda de um véu de noiva de metros e metros de tule! Só que o dela não é de tule. É de cabelos de outros humanos. Me dá agonia somente de imaginar o trabalho que o dito cujo lhe dará nesse verão de temperaturas altíssimas, que está por vir e muito rapidamente.

Parecendo escutar o meu pensamento, ela me contou que no último final de semana fez uns ajustes na decoração do seu apartamento, rearrumando os quartos dos filhos, Thiago (08) e Júlia (05), e que, mesmo com todo o cabelão a lhe esquentar os miolos e o corpo, sentiu um calafrio quando a filha disse ter adorado a nova arrumação, mas que não via a hora de ir morar sozinha.

O marido, todo conciliador e paciente, lhe disse:

- ''Calma para não arrancar os cabelos! Lembre-se o tanto que custou! Respire fundo, pense um pouco e argumente com a nossa filha!''

Rapunzel, digo Rose, disse ter parado, respirado e penteando a longa cabeleira com os dedos, e os entrançado para aliviar a tensão. Após, perguntou à filha, de sonhos precoces e independentes, a primeira coisa que lhe ocorreu: 

- ''Ô Julinha, e quem vai cozinhar para você?''

-''Ora, mamãe! Não se preocupe que me viro!''

Fiquei boquiaberta, a olhar para a minha amiga sem saber o que dizer, e ela, morrendo de dar risadas, falou:

- '' Esquenta não, Ysoldinha! Eu já estou praticando o desapego há tempos, ó! ''

Chego à conclusão que preciso me reciclar para me adaptar aos novos e modernos tempos, bem como, começar a ''desapegar', também. 

- Ô, Yauanna! Preste atenção, viu?!

**********

Recife-PE
3a. feira branca
23.09.2014 

**********

Publicada no Recanto das Letras 
Em 23/09/2014
Código do texto: T4973593 
Classificação de conteúdo: seguro


SERÁ QUE CACHORRO É GENTE? (CRÔNICA)



SERÁ QUE CACHORRO É GENTE? 
Ysolda Cabral


Por vezes fico a conjecturar se cachorro não é gente e nunca consigo chegar a uma conclusão ou explicação satisfatória. O fato é que existem cachorros muito melhores que gente e outros que são tão ferozes quanto os homens mais ferozes do planeta. Contudo, hoje quero falar de Dante, cachorrinho da raça maltês, e companheiro inseparável de Rafaela, amiga da minha filha Yauanna.

Dante é um verdadeiro poeta! Passa horas na varanda do apartamento que mora, olhando o Mar de Boa Viagem e pensando, talvez, o que existe além da linha do horizonte. E, sempre que sai para passear, devidamente calçado, se mantém fiel aquela linha que tanto instiga os sonhos que um cachorro sábio deve ter. Só se distrai quando sente por perto alguma cachorrinha bonita, com idade de namorar.

Entretanto, o que mais chama a nossa atenção, fora o fato de amar o Mar e os passeios pelo calçadão; é que ele adora assistir TV. Claro que não todos os canais, e nem todos os programas. É altamente seletivo! Gosta de musicais, de cinema romântico, do canal de esportes e acompanha algumas novelas.

Uma coisa que impressiona é a percepção que tem dos dias. O dia de ir à veterinária, o dia de tomar banho, o dia de algum seriado que adora e o dia de domingo….

Ah, o domingo! Domingo é um dia que ele curte pra valer, apesar de ser o dia do antipático do Faustão, mas Dante gosta de suas atrações, principalmente do quadro da dança dos famosos, quando fica todo serelepe, abanando o rabinho, no braço de sua poltrona predileta, bem em frente à tela de TV. Porém, quando o mal-educado e metido a engraçado noticia os vídeos cacetadas, ele rosna, entre dentes, e mais que depressa se retira da sala e não há quem o faça voltar, nem sob tortura!

– Mas que cachorro de fibra, de personalidade! Digno de todo respeito, admiração, consideração e muitos, muitos aplausos.

Um cachorro como Dante eu bem que poderia deixar Yauanna ter em casa, desde que não morássemos em apartamento e nem tivéssemos que trabalhar fora, pois não gostaria de deixá-lo sozinho o dia todo, mesmo considerando o fato dele saber manusear o controle remoto.

**********

Praia de Candeias-PE
Sob o Sol de Setembro
22.09.2014 

**********

Publicada no Recanto das Letras 
Em 22/09/2014
Código do texto: T4971806 
Classificação de conteúdo: seguro

ESTRADA DO TEMPO



ESTRADA DO TEMPO
Ysolda Cabral


A tristeza e a alegria, 
na estrada tem idas e voltas,
onde o Tempo passa sem escolta.

Ele não vacila, não muda, não pára!
E nesta luta desigual mudamos nós,
pobres e insignificantes mortais...

Da vida sempre queremos mais,
tal qual jogo fascinante e vicioso, 
com sonhos de ás e de imortais...

Até que o amor nos assalta, 
e de um sorriso nascem versos,
que de nós se apropriam cordiais,

e amamos com tal zelo e intensidade 
que, passamos a lhes querer,
apaixonados,cada vez mais e mais.

Ao lê-los... O Tempo pára! 


**********

Praia de Candeias-PE
Em plena 6a. feira
19.09.2014

**********

Para ler ouvindo música, acesse...


**********
Publicada no Recanto das Letras 
Em 19/09/2014
Código do texto: T4967959 
Classificação de conteúdo: seguro

terça-feira, 16 de setembro de 2014

RAFINHA E AS AVÓS ( CRÔNICA)


''Assim não dá! Não tô vendo nada! 



''Agora vai! Cadê as chaves?! ''


RAFINHA E AS AVÓS 
Ysolda Cabral 



Rafael, Rafinha, para os mais chegados, tem um ano e quatro meses. Quem quiser que entenda ser ele um bebê comum. Definitivamente, não é! Sério, compenetrado e decidido a fazer o tempo correr, recorre à ação para que as coisas aconteçam.

Com ele não tem mistério e se tiver, ele resolve ligeiro e definitivamente. Outro dia, estava na frente da TV e, como a programação não estava lhe agradando, pegou o controle remoto para desligar o indesejável equipamento e conseguiu, além de desligar, dar fim às suas duas pilhas.

Com os pais viajando e sob os cuidados das duas avós, materna e paterna, ficou sem compreender a razão delas lhe levarem ao hospital mais próximo, depois de haverem colocado a casa toda de ponta cabeça.

No hospital, tiraram várias radiografias suas e, após o diagnóstico de que nada havia faltando e nem sobrando nele, voltaram para casa, sem entenderem onde haviam parado as pilhas do bendito controle remoto.

''Avós são muito divertidas, mas fazem uma confusão danada, além de guiarem muito devagar. '' Pensou com seus pequenos botões. O fato é que não via à hora de explorar o velocípede, que acabara de ganhar de uma delas.

Mas eis que elas resolvem parar em uma farmácia – talvez para comprarem algum chá calmante (para elas, evidentemente) – e enquanto uma entrava na farmácia, Rafinha escapava do colo da outra e , mais que depressa, assumia o volante.

Procurou pelas chaves, mas, infelizmente, não as achou; senão já estariam em casa há muito tempo...

''Avó é legal, mas em dose dupla é além da conta que um garoto pode suportar!'' 

- Como atrapalham a vida de uma criança! 

**********


Em plena 2a.Feira
Pela Praia de Rafinha
Em 15.09.2014


**********

* Rafinha é o primeiro neto da amiga 
querida Ana Rita Costa Lima Falcão.

**********

Publicada no Recanto das Letras 
Em 15/09/2014
Código do texto: T4962980 
Classificação de conteúdo: seguro

NOSSO TRAÇO



NOSSO TRAÇO
Ysolda Cabral 


Nossas poesias,
nosso traço.
Vazio no espaço...

Me abraço,
lhe abraço...
Minha alma é aconchego,
zelo presente do passado...

Suavemente,
escuto uma canção...
De ninar.

O acorde,
na madrugada
silenciosa e fria,
ecoa saudade...

**********

Praia de Candeias-PE
Em noite de reedição
12.09.2014


Para ouvir a música, acesse:

**********

Publicada no Recanto das Letras 
Em 12/09/2014
Código do texto: T4959682 
Classificação de conteúdo: seguro

COISAS DA VIDA - (CRÔNICA)




COISAS DA VIDA!
Ysolda Cabral


Hoje a folhinha, a esquerda da minha mesa de trabalho, ( veja na foto ilustração, tirada por mim há pouco) me lembrou o atentado das duas torres gêmeas da cidade de Nova York, há exatos treze anos, resultando em quase três mil mortes. Senti um aperto tão grande no peito que, minha alegria desapareceu por completo. Aturdida, me deixei ficar numa espécie de torpor. A sorte é que o expediente não havia começado e ninguém ainda chegara para trabalhar.

Eu, quando cheguei, antes das sete, abri as janelas da sala, que dão para o jardim e, graças a Deus, o Sol, com seu calor, me trouxe de volta do estranho estado em que eu me encontrava.

Fiz uma oração e comecei a trabalhar, me sentindo terrivelmente triste e sem ânimo. Logo as pessoas foram chegando e eu até com dificuldade para responder aos bom-dias, estava. De repente, uma de minhas colegas anunciou estar grávida.

Nossa Senhora, que alegria tomou conta de todos! De mim tomou conta de forma intensa e muito especial. Pois não é que fui levada da tristeza para a alegria do meu momento de me saber grávida, há 24 anos atrás, de imediato! O coração acelerou e senti minha filha, aconchegadinha na minha barriga, novamente, enquanto eu imaginava como seria a sua carinha.

E, em meio a lembranças tão distintas e intensas, a paz e a alegria tomaram conta de mim. Foi quando minhã irmã ligou para avisar que nos esperava amanhã para jantar. Dia do seu aniversário!

E, eu, que comecei o dia com a folhinha sobre a mesa, lembrando o 11 de setembro de 2001, agora faço planos de sair daqui e ir direto comprar uma roupa, bem bonita, para a festa de amanhã. Entretanto, ansiosa para chegar logo em casa e beijar a minha filha.

Coisas da vida....

Recife-PE
5a. feira
11.09.2014 

**********

Publicada no Recanto das Letras
Em 11/09/2014
Código do texto: T4957944 
Classificação de conteúdo: seguro

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

NONO DIA DE SETEMBRO - (CRÔNICA)



NONO DIA DE SETEMBRO
Ysolda Cabral



Depois de muita chuva, finalmente o sol surge meio acanhado, meio frio e reticente. Talvez por não querer se impor ao deus da chuva que andava por aqui ditando regras. Até o mar parecia sisudo, com suas ondas desordenadas, arrostando espumas pesadas por toda orla!

E o que mais me impressionava era a atitude do vento que, ajudando a chuva a tumultuar o percurso do tempo, espalhava areia da praia pelas calçadas, dando açoites na cara da gente, somente para impossibilitar a construção de novos castelos. 

Mas afinal é setembro e o sol começa a despontar devagarzinho dando um colorido todo especial ao nono dia de setembro.

Estou quietinha, estou quentinha e não estou sozinha... Estou com você, minha poesia, na minha alma e no meu pensamento.

- Que tal construirmos castelos blindados contra mau-olhado, inveja, supertição e toda espécie de maldade para que finalmente setembro vingue e brilhe de verdade?

Para tanto, vou pegar um rosário de alho e um crucifixo sacramentado e bento. 

- Prevenir não custa nada! 

**********

Praia de Candeias -PE
Sob um sol acanhado
Em 09.09.2010 ( 3a. feira) 

**********


Publicada no Recanto das Letras
Em 09/09/2014
Código do texto: T4955169 
Classificação de conteúdo: seguro

sábado, 6 de setembro de 2014

A VIDA DA JANELA



A VIDA DA JANELA
Ysolda Cabral


O dia chegou devagarzinho,
com o canto dos passarinhos,
muito perfumado pela maresia,
Iluminado de beleza e alegria.

Levantei, alonguei, sorria
ao abrir a janela vendo a vida.
Como estava linda!...
Emocionada, chorei um pouquinho.

Elevei o pensamento agradecida,
respirei feliz a brisa vinda do Mar,
abracei-me ao mundo dando vivas,
afinal, nada tenho a reclamar.

E foi assim que começou o meu dia,
repleto de esperança e alegria,
sentindo-me forte para continuar
a caminhada, sem Dele duvidar!

**********

Praia de Candeias-PE
Amanhecer de 6a feira
05.09.2014.

**********

Para ouvir a música, acesse:


Publicado no Recanto das Letras 
Em 05/09/2014
Código do texto: T4950151 
Classificação de conteúdo: seguro

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

OLINDA PURA POESIA É




OLINDA PURA POESIA É
Ysolda Cabral


Quando verdades são mentiras,
mentiras são verdades...
Perde-se o senso da realidade,
e o mundo poesia também gira.
E tudo vira, ou virado é!

A rosa pode ser o cravo,
O cravo pode ser a rosa.
O jardineiro pode ser escravo,
de um trabalho que não quer.
E tudo vinga e vingado não é!

Sentimentos se distorcem,
facilmente se confundem.
E o viciado em poesia,
cada vez mais se vicia,
inspirando-se no hospício ou na Sé! 

Porém, se a Sé for de Olinda,
nem precisa de mais inspiração, loucura ou fé!
Basta pairar o olhar sobre a Terra e o Mar,
que tudo se encaixa e volta ao lugar
posto que, Olinda pura poesia é!

**********

Praia de Candeias
Jaboatão dos Guararapes-PE 
Em clima de Homenagem 
à cidade irmã.
04.09.2014

**********

Publicada no Recanto das Letras 
Em 04/09/2014
Código do texto: T4949082 
Classificação de conteúdo: seguro

MEU TUDO


MEU TUDO
Ysolda Cabral



A noite está quietinha e calma.
E eu que retinha a minha alma,
rebelde querendo a todo custo,
me deixar meio assim num susto;
estou a refletir sobre o luto...

O luto que hoje a noite traga,
em goles de sereno equivocada,
pelas ruas desertas como um vulto
de olhar perdido, vazio e mudo.
Tudo hoje parece nada!

Na noite quietinha e calma,
eu aqui com a minha alma,
paro na eternidade de um minuto, 
e de amor puro e belo me inundo.
Penso em você... Meu tudo! 

**********

Praia de Candeias-PE
Noite de 02.09.2014
(Terça-feira) 

**********

Publicada no Recanto das Letras 
Em 02/09/2014
Código do texto: T4947418 
Classificação de conteúdo: seguro

terça-feira, 2 de setembro de 2014

MADRUGADA JÁ EM NOVA ESTAÇÃO - CRÔNICA


images?q=tbn:ANd9GcR1A8wNKIHO-C4LuBYwzva


MADRUGADA JÁ EM NOVA ESTAÇÃO

Ysolda Cabral 



O dia começa a clarear, os passarinhos há mais de uma hora fazem a maior algazarra. Eu devo ter dormido umas duas horas de ontem para hoje, no máximo! Entretanto, me sinto nova em folha. Passei toda a noite sentindo a nova estação chegando com cheiro de flores, de Mar com ondas de calor. Aproveitei para aquietar a minha alma e o meu coração depois de tantas emoções vividas no ontem de há muito tempo atrás. É incrível como minha percepção é aguçada e mesmo assim não consigo me blindar e, foi não foi, tudo acontece novamente, de maneira quase que palpável! Mas, afinal, estou a divagar nesta hora do dia, agora quase totalmente claro, apenas para registrar o bem estar que sinto, graças à minha vontade de querer assim ficar e sem ajuda de espécie alguma e nem de ninguém; da minha alegria contagiante; por não deixar sentimentos negativos me consumirem e, principalmente, pela minha capacidade de perdoar e de pedir perdão.

Agora lá vou eu estrada afora, pronta para novos aprendizados e novas surpresas que a Vida faz questão de nos proporcionar.


Praia de Candeias-PE
Em 29.08.2014
( Sexta-feira) 

**********

Publicada no Recanto das Letras 
Em 29/08/2014
Código do texto: T4941299 
Classificação de conteúdo: seguro

AGOSTO EM FASE TERMINAL - ( CRÔNICA )



AGOSTO EM FASE TERMINAL
Ysolda Cabral



E eis que, finalmente, Agosto está em fase terminal, graças a Deus! Logo estará definitivamente acabado. Amanheci feliz e disposta a começar a comemorar o seu passamento. Vestida com apuro, em cores vivas e alegres, levemente maquiada e perfumada, me sinto pronta para o grande acontecimento. E, como perdi uns quilinhos extras, posso abusar de muita guloseima. Adoro festa e a festa do velório de Agosto mais ainda!

- Nossa, que coisa danada de boa é saber que domingo próximo – dia apropriado - Agosto se escafederá de vez e em seu lugar Setembro chegará majestoso!

E o que é melhor; sinto que esta alegria não é somente minha! O Vento também está indo à forra do agouro e da maldade do mês que finda e em festa se vinga nos candidatos que voam ventadas, em suas caras lisas e sem-vergonhas, por onde se expõem em ridículas bandeirolas ao longo das avenidas. Ô coisa bem empregada!

Pensando melhor, a Chuva, também, resolveu dar uma forcinha, hoje cedo, e mandou ver com muita água e aí a farra foi completa!

A cidade até ficou mais limpa e as bandeirolas se fecharam enroladas nos ''palitos'' que vendem as caras lisas dos corruptos candidatos!

Entretanto, quero tratar é da minha alegria no velório de Agosto a quem definitivamente adoro dizer adeus.

Só não gosto de lembrar que esta morte não é definitiva e aí vem a triste inspiração que se apresenta assim:


OLHOS DE MAR
Ysolda Cabral 


Olhos de Mar
marejados pelo intento de esquecer
espraiam saudade 

Olhos de Mar 
marejados de saudade 
espraiam tristeza

Olhos de Mar 
marejados de tristeza
espraiam solidão e morte

Olhos de Mar 
marejados de Agosto
dão as boas vindas a Setembro
o mês das cores, das flores
dos acordes de sonata
apaixonante...

Me encontrarás aqui... 
Do féretro das dores diante

**********

Praia de Candeias - PE
Velando Agosto
Em 28.08.2014

**********

Publicada no Recanto das Letras 
Em 28/08/2014
Código do texto: T4940678 
Classificação de conteúdo: seguro