sexta-feira, 27 de outubro de 2017

ÚLTIMO ADEUS AO MEU POETA ODIR MILANEZ - OKLIMA

Praia de Candeias, 27 de outubro de 2017.



Meu Poeta,

Você não imagina o quanto dói saber que você hoje se foi para a casa do nosso Pai, apesar de você ter me dito, ainda ontem mesmo, do seu enorme cansaço de lutar numa luta tão desigual. Mas, tanto eu, quanto você, sabíamos que essa luta iria até quando você estivesse pronto. E que guerreiro valente você foi! Ah, meu poeta preferido e tão amado, como você fará falta! Dizer da minha tristeza eu não saberia, mas sei dizer da honra e da alegria que foi dividir com você tantos trabalhos, também desiguais. Desiguais sim! Sei que você não gostaria de ler isso, mas sua poesia era perfeita e seus sonetos, verdadeiras obras de arte. A Literatura basileira fica hoje mais pobre e a minha poesia tão sozinha! 

E, para lhe homenagear, reedito um dos nossos primeiros duetos, aproveitando para, mais uma vez, registrar a minha admiração, amor e gratidão a você que, para mim, foi e sempre será o maior Poeta da atualidade brasileira. 

Sua musa-sorriso,

Ysolda Cabral 

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EU, YSOLDA CABRAL


Sou matuta nata de Caruaru
Nascida em vinte e dois de abril
Feia e mal apanhada
Diz todo mundo que viu

Com o tempo fui melhorando
E tal qual um passarinho
Aprendi fazer biquinho
E a todos fui conquistando

Quando cheguei à puberdade
Achavam-me uma beldade
Porém eu não gostava
E com a fealdade eu sonhava

Até que cheguei numa idade
De achar tudo besteira
Pois o que vale na verdade
É a minha essência fagueira 

Hoje sou o resultado
De tudo que nunca quis
Porém o meu amado
Sabe que sou feliz. 

**********
Recife - PE
14.08.2012
Apenas Ysolda 







EU, ODIR MILANEZ


Sou leva do longe do tempo,
que é breve,
e escrevo o que escreve
o destino de mim. 

Sou feito do fim,
a partir do começo,
por isso me esqueço
dos dons de onde vim.

Sou crente da crença
dos credos antigos,
das mãos dos amigos
que a vida levou.

Sou forma imperfeita 
de forma incompleta ,
apesar do poeta
que abrigo no peito.

Eu sou a desfeita
que foge ao primor,
sou cria do amor
em cópia mal feita.

Eu sou o não sou,
das sobras desenho,
sou eu que me venho
do que me restou...


JPessoa/PB
15.08.2012
oklima

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Ysolda Cabral e Odir Milanez
Enviado por Ysolda Cabral em 14/08/2012
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Ysolda Cabral

Reeditado em 27/10/2017
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sábado, 21 de outubro de 2017

NUMA AURORA BOREAL



Imagem Google 


NUMA AURORA BOREAL
Ysolda Cabral



Preciso me desligar do mundo real.
Será por pouco tempo. Eu prometo!
Não! Não estarei no mundo virtual.
Esse mundo começa a me dar medo.

Preciso de numa aurora boreal,
ser levada ao mundo do soneto.
Que nele não haja nada surreal,
mesmo sendo visitado tão cedo.

Cedo até para todos os pássaros,
que pernoitam nas redondezas,
indo embora antes do dia claro.

Quando voltar, volto com a certeza
de ter composto, num mundo raro,
versos puros de amor e de beleza.

**********

Praia de Candeias-PE
21.10.2017
Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade, sem pudor. 

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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

O INSONDÁVEL - PELO DIA DO POETA




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Arremedo de poesia em reverência ao '' DIA DO POETA'' 

Aproveito para parabenizar Poetisas e Poetas aqui presentes com suas belíssimas obras.

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O INSONDÁVEL
Ysolda Cabral


Por trás da fealdade,
está a beleza...

Por trás da fragilidade,
está a fortaleza...

Por trás do medo,
está a coragem...

Por trás da lágrima,
está o sorriso...

Por trás da mentira,
está a verdade...

Por trás da verdade,
está a vontade...

Por trás da vontade,
está a impossibilidade...

Por trás da bondade,
está a maldade...

Por trás da maldade,
está o arrependimento...

Por trás do arrependimento,
está o perdão...

Por trás do perdão,
estão o conforto, o confronto...

Por trás da palavra,
está o pensamento...

Por trás do pensamento,
está o sentimento...

Por trás do sentimento;
eu e você.

Por trás de nós dois,
está a Poesia...

Por trás da Poesia,
está a realidade ilusória...

Por trás da realidade ilusória,
está a Vida...

Por trás da Vida,
está a morte...

Por trás da morte;
o desconhecido insondável.


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Praia de Candeias-PE
Em reverência ao "Dia do Poeta" 
Apenas Ysolda

Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade sem pudor. 
20.10.2017

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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

PEDRA DA INCERTEZA ( CRÔNICA)



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PEDRA DA INCERTEZA
Ysolda Cabral 


Sempre confiei em minha cabeça mais que em qualquer outra. Não sei se por ter uma cabeça boa mesmo, ou se por força da minha profissão. O fato é que nunca precisei muito recorrer à agenda para lembrar os compromissos diários. Claro que consultava! Contudo, se não a tivesse por perto, não me atrapalharia de jeito algum. Além de uma cabeça boa, o senso de responsabilidade, extremamente apurado, não me deixaria esquecer absolutamente nada.

O Tempo passa e vai levando uma porção de coisas da gente. E, mesmo que ainda não tenha levado muito de mim, começo a desconfiar da minha cabeça e isso tem me deixado acabrunhada. - Se não o tempo, o fato...

E o fato é que hoje, bem no meio do caminho, surgiu uma pedra: a pedra da incerteza. - Teria eu desligado o ferro, após passar a blusa que vestia? - A única alternativa era voltar para casa e verificar, mesmo isso significando um transtorno enorme no meu dia mal começado.

Bom, ao chegar atrasada no trabalho, depois de contar o sucedido aos colegas, todo mundo queria saber somente uma coisa: o ferro estava ligado ou desligado?

Foi quando comecei a refletir que, independente de como ele estivesse, minha cabeça já não estava tão boa! Concluí. Pois, se, apenas se, o ferro estivesse ligado; eu havia esquecido de desligar. E, se tivesse desligado, eu havia esquecido que fiz isso. Em ambos os casos eu tinha motivo para me preocupar, apesar de ter lembrado de usar o ferro, e de lembrar que não lembrava de tê-lo deixado ligado, ou desligado. Isso significava que, pelo menos, o senso de responsabilidade ainda estava intacto. Senti certo alento, mas não me livrei da preocupação...

Eis mais um aspecto da chegada da ''boa idade''! Se não fosse por ela, um acontecimento desses seria perfeitamente normal, principalmente nos dias de hoje que os jovens esquecem até deles mesmos.

- Melhor marcar logo uma consulta com um especialista, antes que eu termine como a mãe da Danny, minha colega de trabalho, que, ontem mesmo, interrompeu uma reunião de diretoria, dizendo ser assunto de máxima urgência e importância, para saber da filha se no capítulo da novela ''A Força do Querer'' a psicopata Irene, personagem da Débora Falabella, havia mesmo morrido.

- Eu posso com uma coisa dessas? 

Vou correr para o médico.

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Praia de Candeias-PE
19.10.2017
Apenas Ysolda

Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade, sem pudor.


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quarta-feira, 18 de outubro de 2017

PELO DIA DO MÉDICO...


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PELO DIA DO MÉDICO...


Abençoado é o médico
que tem Deus no coração,
pois não existe remédio,
que cure sem oração.

*****

Ao médico amigo,
que cuida de mim,
falando paciente comigo,
quando estou assim,assim.

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Praia de Candeias-PE
18.10.2017
Apenas Ysolda 

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PLANOS DE VIAGEM ( CRÔNICA)



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PLANOS DE VIAGEM 
Ysolda Cabral 



O Sol estava tão quente que chegava a tirar a beleza do dia e da gente. A sensação era desconfortante que até perdíamos a vontade de comer. Contudo, ''como saco vazio não se põe em pé'', lá fui eu avenida afora até o restaurante fazer um pequeno almoço. Aqui e acolá parava um pouco sob as Palmeiras que vi crescer, reclamando das sombras quentes que proporcionavam enquanto o semáforo não abria. - Não há nenhum pé de Vento. Elas me diziam no silêncio do seu farfalhar.

Estava suada, irritada, cansada, descomposta... - Quem gosta?! Comer assim é até pecado ou castigo, pelo qual não agradeço.

Quero ir para casa! Pensava, pensando estar gritando. No entanto, não estava e nem podia ir para casa naquele instante. Ainda tinha três horas de trabalho pela frente.

Cheguei ao restaurante e me sentei para almoçar. A comida desceu quente, amarga, apesar da consciência que estava gostosa como sempre. O líquido gelado do suco de graviola me deu certo alento. Parei de comer e me limitei a ele, o saboreando devagar, quando escutei a seguinte conversa: 

- ''Como o Recife está quente! Acho que vou viajar para o Chile.” E continuou...
- ”Na verdade, não queria viajar agora, pois acabei de chegar da Espanha. Mas, não dá para ficar aqui muito tempo não! Quente demais, barulho demais, gente demais”...

Deixei pra lá o suco, pedi a conta, peguei a bolsa, e, ao me levantar para ir embora, fui até a mesa onde as moças conversavam e falei:

- Que idéia ótima vocês me deram! Viajar para fugir desse calor infernal é a solução para não morrermos torrados. Viajarei no próximo final de semana. Falei alegre e decidida. 

Foi então que uma delas me perguntou: - “Vai para o Chile também?” E eu respondi: Não, não! Vou para ''São Quincas de Los Montes”. ( Era assim que meu avô, Firmino Filho, chamava São Joaquim do Monte, a cidade que escolheu para viver até o último dia de sua vida).

Acenando para elas, fui embora desejando sentir logo a Brisa daquela bela cidade envolver o meu corpo suado, deixando as moças matutando de que país seria ''São Quincas de Los Montes''.

E, imaginando o meu avô que, em tardes assim adorava ficar debaixo de uma árvore frondosa, a beira de um regato, a ler e compor belos sonetos de amor e de saudade; rumei de volta ao trabalho quando, ao passar pelas Palmeiras, não consegui disfarçar um olhar rancoroso, desdenhoso...

– Custava farfalharem só um pouquinho?

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Praia de Candeias-PE
17.10.2017
Apenas Ysolda 

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sábado, 14 de outubro de 2017

ANÚNCIOS DE SERESTEIRO




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ANÚNCIOS DE SERESTEIRO
Ysolda Cabral 



Ao som das Ondas do Mar, 
a Brisa, mãe do Vento,
suavemente embalou o Dia
que hoje quis dormir mais cedo. 


Ao som dos passarinhos,
o Sol se recolheu de mansinho,
e a noite chegou trazendo a Lua cheia.
Anunciou o galante Seresteiro!


E ele começou a cantar uma linda canção,
que dizia assim: " É tão calma a noite,
a noite é de nós dois"...


Deixei para dormir muito depois!


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Praia de Candeias-PE
14.10.2017
Apenas Ysolda 
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade, sem pudor.

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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

PÁSSARO NÃO IDENTIFICADO





PÁSSARO NÃO IDENTIFICADO
Ysolda Cabral


Na minha janela o Céu e o Mar
de um azul límpido e plácido.

De repente, bem na hora do clique;
Um pássaro!...
Um pássaro não identificado.

Seria um pombo-correio?
Que notícias me traria?...
Em sorrisos e saudades, falaria?

Ou, uma oportunista e velha gaivota,
a espreita para depois contar lorotas?
Sorri agradecida pela foto.

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Praia de Candeias-PE
13. 10.2017 (sexta-feira treze)
Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade, sem pudor. 

Para escutar a canção de fundo, acesse: 


* Jamais pensei que ao chegar na janela para fotografar o dia, que está lindo por demais, fosse conseguir uma foto assim. Adorei! 


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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

MAX NUM MOMENTO DE LUZ




Cadeirante fotografado por Maxwell 

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MAX NUM MOMENTO DE LUZ
Ysolda Cabral




Na Fiscalização Integrada – FPI, (Crea-PE Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária), realizada hoje num hotel cinco estrelas famoso, da região metropolitana do Recife, cuja direção pretende fazer uma grande reforma em futuro próximo; o fiscal Maxwell ficou fascinado e encantado com as instalações da cozinha do referido estabelecimento comercial. Sua fascinação foi tanta que quase perdia o foco, o objetivo da fiscalização.

E, a imaginar o que seria cozinhar naquele espaço tão bem equipado, arejado, bonito e com vista para o Mar, ao invés de andar de carro, num calor de mais de 30 graus, diariamente, em fiscalizações que, por mais eficientes e orientadoras, o resultado quase sempre deixa a desejar.

O seu deslumbramento foi tão visível, - eu acho -, que o cozinheiro chefe lhe presenteou com uma touca de ajudante de cozinha.

Fiscalização concluída, lá vinha o nosso bom e sonhador fiscal, de volta ao Crea, e, ao cruzar a Avenida Agamenon Magalhães, com a Conde da Boa Vista, ficou indignado, revoltado ao ver um cadeirante que aguardava o ônibus, em plena avenida, arriscando a sua vida por conta da falta de acessibilidade na respectiva parada. Sem pensar duas vezes, ou por força do hábito, fotografou àquilo que se poderia chamar de ''morte anunciada''.

Quando chegou ao Crea pensando se não valeria à pena mudar de profissão, colocou a touca e começou a pesquisar na Internet a culinária francesa.

Aproximei-me dele e perguntei:

- Max, você sabe cozinhar? E, ele respondeu; “sei fazer ovo frito e assar queijo. Contudo, estou disposto a aprender, assim terei uma profissão, caso eu não suporte mais ver as ''mortes anunciadas,'' que vejo todo santo dia e nenhuma providência é tomada.’’

Como contra fatos não há argumento, o fotografei no seu momento de luz.


Maxwell fotografado por mim

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Praia de Candeias-PE
Em pró da acessibilidade
11.10.2017
Apenas Ysolda 
Uma pessoa que chora e ri alegria,
tristeza,ou saudade sem pudor. 

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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

SE TOQUE



Imagem Google 


SE TOQUE
Ysolda Cabral

O corpo é todo seu...
Ele guarda a sua alma,
até quando Deus quiser.

Cuide dele com calma,
e com atenção se toque,
para não antecipar a sua morte.

Afinal, a mais bela e perfeita 
criação de Deus é a mulher.
Portanto, não abuse da sorte! 

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Praia de Candeias -PE
Lembrando você da importância da 
prevenção contra o câncer de mama.
Outubro Rosa
05.10.2017
Apenas Ysolda

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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

UM POUCO MAIS DE MIM



Eu, pelas lentes de minha filha Yauanna



UM POUCO MAIS DE MIM 
Ysolda Cabral



Sempre fui uma pessoa pouco observadora, muito na minha, franca, correta, com senso de justiça aprimorado, destemida, alegre e muito bem-humorada. Resumindo; uma pessoa com poucas “encucações”. 

Nunca gostei de sair para festas, visitar alguém, e/ou sair para ''shoppingcentear''. Gostava muito de viajar e viajei um bocado. Conheci todas as principais capitais brasileiras, e certa ocasião até cheguei a prolongar uma viagem de férias do trabalho para conhecer o Uruguai, Paraguai e a Argentina, porém parei por aí.

A bem da verdade é que sempre gostei de estar em minha casa, não sei se porque comecei a trabalhar muito cedo... O fato é que o ponto alto do meu dia, até a data de hoje, é chegar em casa. - Nossa, que coisa boa é estar em casa! E, falo nos dois sentidos – a casa simples de alvenaria, e a ''casa'' sem vaidade, onde mora a minha alma de aura clara e sem maldade.

Casei, tive uma filha – meu presente de Deus - e depois de 24 anos de casamento me divorciei sem complicações, brigas e sem duvidar da minha decisão. - Claro que me casei para ficar casada ''até que a morte nos separasse'', mas a Vida nos reserva surpresas e ensinamentos importantes para que nunca a gente pense que pode fazer dela o que entender de fazer. A Vida é como ela é, e não adianta querer mudar o rumo da prosa. Planejar até que a gente planeja, sonha, luta e, de repente, nota que pouco ou quase nada adiantou. 

De qualquer forma o importante é ter coragem de olhar para dentro de nós mesmos e ver, com clareza e honestidade, o que de fato temos para oferecer de bom – como educação, conhecimento, disposição para o trabalho, generosidade, humildade, respeito, compreensão, bom humor, amor ao próximo e fé... Se faltar algum desses itens convém, pelo menos, tentar adquirir enquanto ser vivente neste mundo de meu Deus.

Posso não ter aprendido muita coisa para melhorar, crescer como pessoa, como ser humano, contudo não piorei com o passar do Tempo.

Gosto de mim exatamente do jeito que sou e, com certeza, sou minha maior fã. 

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Praia de Candeias-PE
Em divagações aleatórias
02.10.2017
Apenas Ysolda 

Coloquei até fundo musical!
Para escutar, acesse:
http://www.ysoldacabral.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=6131311

Código do texto: T6131311 
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domingo, 1 de outubro de 2017

A FLOR DE CLIPS






A FLOR DE CLIPS
Ysolda Cabral 



Ela é rosa, contornada de preto.
Nem o seu caule é verde!
Não tem folhas,
mas, foi projetada para elas;
as folhas de papel...
- Ah, esquisita flor de clips!
Que fazes aqui?

Com a aparência de uma margarida,
agradece por não ser, - eu acho!
Se fosse, suas pétalas não durariam.
Muita gente iria querer dela extrair 
o bem-me-quer e banir o mal-me-quer.
Depois ficar a lhe sorrir...

A flor de clips fica em minha mesa,
como se mesa de trabalho fosse jardim.
Há anos e anos está comigo,
sem serventia alguma,
Tenho que admitir!...

Mas, bem que poderia ter!
Quem sabe seguir numa carta,
com destino ignorado,
conteúdo inusitado e desconhecido?
Estaria indo para longe de mim!

Com delicadeza a seguro em minha mão,
fico pensando que destino terá,
quando eu não estiver mais aqui..
Lhe fotografo com certo carinho,
agradeço a sua companhia,
sem nada ter a proferir,
e a devolvo para o lugar onde estava, 
mas, sei que lhe darei um fim.

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Praia de Candeias-PE
Apenas Ysolda 

Para escutar o fundo musical, acesse: 

Código do texto: T6129981 
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