domingo, 10 de setembro de 2017

O MEU DIA FOI ASSIM


Imagem Google


O MEU DIA FOI ASSIM 
Ysolda Cabral



Pela manhã, depois de dois dias de descanso, me sentindo enternecida por um Tempo indeciso que me obrigou a ficar em casa, resolvi compor poesia. - Não no celular! A poesia composta no celular me parece sem alma, descomposta... Sei lá! 

Gosto de escrever no papel e sentir a suavidade e delicadeza com que recebe os versos capengas que vou lhe confiando. Contudo, no computador, acho melhor. - É que adoro imprimir o meu pensamento em seu teclado, vê-lo concretizado na tela, de onde o envio para o mundo. Fazendo tudo isso em companhia de minhas canções prediletas. 

Mas, enfim, com o Tempo indeciso, me sentindo inspirada, descansada, desliguei o celular, para não perturbar, e ao visualizar o cursor na tela, a pulsar no mesmo compasso do meu coração, fiquei tão feliz! - Entretanto, logo fiquei triste: o PC havia voltado da autorizada sem som. 

– Como escrever, compor, fazer alguma coisa, sem música?

Liguei para o técnico e ele me mandou baixar um programa para que o PC "voasse", pelo espaço virtual, até o dele, e assim, ser consertado de lá mesmo.

Enquanto o PC "voava" silenciosamente, fui até a geladeira pegar um copo d’agua, e ao voltar para onde eu estava, quem bebeu água foi o teclado, e justo na hora que o PC pousava ruidosamente de volta para mim. - A essas alturas quem voou foi a minha inspiração.

O dia passou, a noite chegou, a poesia não aconteceu... O Silêncio que paira no ar suplica orações por nossos irmãos que estão sob ameaça dos furacões Irma, Kátia e José. 

O dia não rendeu poesia, nem poderia, mas rende agora muita oração. 

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Praia de Candeias-PE
 09.09.2017 
Apenas Ysolda 
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