sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

QUASE FIQUEM SEM O MEU SORRISO ( CRÔNICA )






QUASE FIQUEM SEM O MEU SORRISO
Ysolda Cabral 



Fazia tempo que eu não tinha uma noite de sono tão tranquila. Claro que acordei leve, descansada e muito feliz. Cheguei ao trabalho distribuindo sorrisos de bom dia para todo mundo. Confesso que alguns sorrisos se perderam em rostos cansados, tristes e vazios; já outros se juntaram aos meus e transbordei de alegria pelo reencontro de cada manhã.

E foi assim que o meu dia hoje começou e nem, sequer, me deixei perturbar por aquele ''coleguinha'' que vive a me agradar, visando ser meu genro. - Imagina!!! Sempre que olho para ele, bato na madeira três vezes! - Sabe um cara que não serve para genro de ninguém?! ''Feio'' demais, galinha demais, enrolão demais e por aí começa o seu triste retrato. - Ah, Arnaldo!...

Até que precisei ir ao primeiro pavimento resolver uma pendência, e na volta, quando fui entrando no elevador, vi chegando uma garota que eu não conhecia, (portanto não poderia estar com raiva de mim), sorrindo lhe dei bom dia e educadamente segurei a porta para que entrasse. Ela não me sorriu de volta, não agradeceu e nem respondeu ao meu cumprimento. - Tudo bem!

Acionando o meu andar, perguntei qual era o dela e ela respondeu ser o mesmo meu. Subimos caladas. Quando chegamos, lhe fiz mais uma gentileza; deixei que saísse primeiro e logo em seguida saí. Foi então que quase se deu uma tragédia: ela abriu a porta de acesso ao corredor e não a segurou para que eu passasse!

- Ah, se eu não tivesse um reflexo tão rápido e preciso, no mínimo teria ficado definitivamente sem o meu sorriso!

Se fiquei com raiva? - Lógico que não! Entretanto, segui pelo corredor sorrindo e cantarolando baixinho uma canção que cantava para as minhas ''coleguinhas'' quando eu era criança e que dizia assim: ''Tá com raiva de mim? E quem se importa? bata a cara na porta, até ficar torta...''

- E o meu dia continua lindo e o meu sorriso intacto, graças a Deus!

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Praia de Candeias-PE
Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade sem pudor.



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