quinta-feira, 20 de agosto de 2015

EU E MINHA ALMA





EU E MINHA ALMA
Ysolda Cabral



Estou pensando, neste momento, que gostaria de ser diferente daquilo que sou e isso não tem nada de anormal. Todo mundo, em algum momento da vida, quer ser diferente do que é. Anormal seria não querer ser diferente. Partindo desse princípio, posso continuar a escrever o besteirol que eu quiser, sem correr o risco de no final me julgar e condenar ao completo silêncio vida afora. Sei que o meu caso é sério e sem solução. Mas, afinal do que estou falando? Falo das coisas abstratas, surreais que me inquietam... Coisas que ninguém entende e nem eu, mas estou tentando e tento a todo o momento entender. Sei que compreender a alma é bem complicado!... E, quando ela não acompanha a gente, no caminhar do implacável Tempo e fica a nos instigar a fazer o que ela quer todo o tempo e a toda hora? É muito mais complicado! Ora, já não sou menina, mas ela é! E é exatamente por aí que começa o nosso desencontro, o nosso desentendimento, a nossa estranheza, a nossa desarmonia... Quero dormir e ela quer sair para passear, voar sobre as montanhas, sobre o Mar, sobre qualquer lugar que não seja o universo do meu habitat... Ela quer ir até ao infinito do Céu, quando azul de encantar, sem se importar se voltará... Não tenho asas e ela não compreende isso por mais que eu tente lhe explicar.

- Ah, alma doida essa alma minha! Será que ela se contentaria com uma simples asa-delta?


Praia de Candeias-PE
Em devaneios de 5a.Feira
20.08.2015

Para escutar a música de fundo, acesse: 

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