sábado, 2 de abril de 2016

RICARDO, UM COLEGA CURIOSO




( Imagem Google editada por Ysolda)



RICARDO, UM COLEGA CURIOSO
Ysolda Cabral



Pelo semblante sério, compenetrado e postura de grande filósofo, a gente até pensa que ele não está nem aí para nada. - Quase nem fala! Ledo engano! Está ligado em tudo e não deixa passar nada. Adepto de sua própria organização, ficou desnorteado ao ter que dividir a sua mesa de trabalho com uma colega. Contudo, deu seu jeito! E, com menos do espaço a que tem direito, vem trabalhando diariamente com certa dificuldade, posto que a sua “pareia” se espalha por demais.

Assim é o Ricardo, um curioso e querido colega de trabalho que desperta, nas colegas, o desejo de vê-lo casado, para ser ainda mais feliz. Já os colegas, casados, também torcem, todavia por invejarem a sua condição de solteiro convicto. E nessa peleja vamos levando a vida no ambiente laboral, com muito trabalho, de maneira leve e divertida, até porque se fosse o contrário, ninguém suportaria tanta pressão imposta pelo andar do Tempo.

Entretanto, quando alguém precisa dos préstimos do nosso "filósofo", invariavelmente ele diz um sonoro não e sem nenhuma contemplação. - É um desgosto geral!

Para tentar minimizar um pouco esse desgosto, principalmente nas meninas, Ricardo resolveu ser cavalheiro, protetor, tipo guarda-costa mesmo com uma delas que, após o término do expediente, precisava ir ao Banco.

- Afinal, as ruas são sempre perigosas e não custava nada, pensou... 

E lá se foram andando, ombro a ombro, rua afora. Ele, como sempre calado. Ela falando pelos cotovelos. No final da rua, eis que; ela resolve parar e pedir a opinião do colega que, tão generosamente, lhe acompanhava. Pasma percebeu que nem sinal dele existia! Nem ao seu lado e nem em lado algum. Ele havia simplesmente sumido, evaporado!...

No dia seguinte lhe perguntei como havia sido a ida ao Banco. Ela, triste, me contou o episódio, olhando bem chateada para Ricardo que, prontamente, se dirigindo apenas à minha pessoa falou:

- ''Ysolda, ela foi daqui até o final da rua contando e recontando a mesma história! Quem aguenta uma coisa dessas?! Aí, fui embora, e ela só notou quando nem mais sinal de mim existia por toda a redondeza?!

- Quem mais deveria estar chateado: eu ou ela? ''

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Praia de Candeias-PE
Em relato de vida real
02.03.2016


PS.: Todas as minhas crônicas são de fatos da vida real, vivenciados por mim, de alguma forma. E, nada publico sem autorização.

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