quarta-feira, 30 de março de 2016

PURÊ E A EUTANÁSIA DO MEU SMARTPHONE




Purê pelas lentes de Yauanna Cavalcanti


PURÊ E A EUTANÁSIA DO MEU SMARTPHONE
Ysolda Cabral



Mas, enfim, encontrei uma pessoa totalmente feliz. - Que coisa boa! Foi assim: O meu Smartphone a partir do primeiro dia que comprei começou a dar problema e mesmo problemático, com ele convivi um tempão, sempre culpando minha operadora por todos os problemas, até que eles aumentaram e o cel virou inferno. Não servia nem para a insignificante função de mero telefone!

Pois bem; diante da atual conjuntura que vive a maior parte do povo brasileiro, onde me incluo inteirinha nela, fiquei sem saber a melhor maneira de resolver a questão. Sem comunicação é que eu não podia ficar...

A primeira providência que tomei foi excluir todas as fotos, vídeos, (que dó), mensagens, aplicativos de sua memória e mesmo assim, ele pouco me servia. Fui, então, a uma loja especializada em Smarts. Lá, me disseram se tratar da bateria e me ofereceram outra. ‘’Comprei-a-á!''’’ Aí, aproveitei para mudar a película e a capinha de proteção, pagando por tudo a bagatela de R$ 210,00. – F a l i !!!!

Infelizmente, mesmo com todo esse investimento, o dito cujo continuou dando muito pouco sinal de vida. Aqui e acolá eu fazia uma ligação, recebia outra e mal começava a falar, ele entrava no coma, invariavelmente.

Resolvi recorrer aos geniais e competentes técnicos que atuam em lojas, no centro da cidade, bem ao lado do Camelódromo, na Av. Dantas Barreto, e foi ali que conheci o Purê – não sei se sócio ou funcionário da ''Loja Thiago'', mas um grande e inesquecível Purê de felicidade genuína.

Com muita alegria, gentileza e disposição ele me atendeu. Perguntei-lhe quanto seria para resolver o meu problema e quando estaria pronto. Ele respondeu que me custaria, apenas, R$ 40,00 e a entrega seria, em no máximo,15 minutinhos. - Fechei na hora!

Gentilmente me ofereceu um banquinho, na calçada, e ali fiquei a me deliciar com uma coca-cola zero, bem gelada (meu vício) enquanto ele fazia o seu ofício, assoviando que nem passarinho.

Como eu fiquei contente e feliz da vida, sentada no banquinho na calçada, vendo o burburinho do vai e vem do povo, em pleno sábado de manhã, lembrando minha Caruaru querida, a sua feira, a sua gente alegre e hospitaleira em companhia da minha amada e bela filha, Yauanna, que se divertia com a minha identificação autêntica e espontânea com as coisas simples da vida.

Depois de algum tempo, não muito, porém bem mais de 15 "minutinhos", o competente Purê, parou de assobiar e veio até mim e falou sorrindo de orelha a orelha: "Moça, isso aqui não presta mais para nada! Jogue fora e compre outro! A boa notícia é que, pelo o meu serviço de assistência terminal a ele, você não precisa pagar nada de nada. Tá tudo certo!"

Não sei se pelo "moça" ou se pela coragem e bondade dele em fazer, gratuitamente, a eutanásia smartphoniana; senti-me grata e muito aliviada por ele ter me livrado daquela coisa.

Não foi pouco alívio, não! Foi muito mesmo. Até pedi para Yauanna fotografar o Purê, para esta crônica que já se fazia escrita na minha cabeça!

Agora estou na bancarrota total: fui ao Shopping, comprei um novo Smart e que Deus me acuda!

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Praia de Candeias-PE
Em 30.03.2016
Encerrando março com humor
Apenas Ysolda

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